domingo, 22 de fevereiro de 2015

Ecomuseus: Patrimônio a serviço da sociedade [Tipologia 2014]


alun@s/autores: Hudson Dias, Isabela Caroline, Lucília Miranda, Luiz Otávio, Thaís Souza e Túlio Rosa
Disciplina: Tipologia de Museus
Prof.: Luiz H. Garcia
Curso: Museologia ECI/UFMG

 Ecomuseus: Patrimônio a serviço da sociedade
Ao decorrer dos anos a importância de se preservar o legado e as conquistas das sociedades humanas, foi posto em debate pelos diversos profissionais deste vasto campo. A evolução conceitual da palavra patrimônio e o aparecimento de diversas tipologias de instituições que trabalham com a salvaguarda do patrimônio foram determinantes para esse enfoque da comunidade científica na necessidade de se preservar o patrimônio natural e cultural.
            A palavra patrimônio ao longo dos anos teve o seu conceito ampliado, deixando de abarcar somente os bens materiais e passou a tratar o patrimônio em sua totalidade tanto material quanto imaterial (monumentos, tradições, ritos, práticas sociais, atividades, bens e serviços culturais). Ao expandir o alcance do que é considerado patrimônio é possível preservar a memória coletiva e reforçar o sentimento de identidade da sociedade que se apropria de seu patrimônio. O patrimônio cultural pode vir a ser preservado por um conjunto de ações que podem garantir a sua permanência com os diversos valores e significados artísticos, científicos, históricos ou simbólicos na vida de certa comunidade ou de determinado lugar.
O museu é um dos lugares onde esse patrimônio cultural pode ser guardado, conservado e comunicado.  Analisando-o seguindo o pensamento de Waldisia Rússio, em que ela define o museu como sendo o lugar onde ocorre:

“A relação profunda entre o homem, sujeito que conhece, e o objeto, testemunho da realidade. Uma realidade da qual o homem também participa e sobre a qual ele tem o poder de agir, de exercer a sua ação modificadora.” (RÚSSIO, 1984 p. 60).

Ou seja, o espaço físico onde o homem se aproxima e se relaciona com o seu patrimônio, com a sua cultura, e com a sua tradição.Observa-se o museu como o lugar onde essa relação do homem com o seu patrimônio cultural ocorre, isso fica mais claro com o surgimento dos novos tipos de museus como: os ecomuseus, museus de sociedade, centros de cultura científica e museus comunitários, em que o caráter social dos museus fica ainda mais evidente.
 Os ecomuseus têm em sua concepção o patrimônio como sendo o meio pelo qual se buscará preserva a memória de um determinado grupo ou região.Englobando tanto o seu patrimônio cultural como o seu patrimônio natural.

O conceito de ecomuseu foi colocado em prática na década de 1970 na França.  Nessa tipologia de museu os próprios membros de uma comunidade são os principais atores dos processos que irão formular a sua execução e manutenção. O termo “ecomuseu” foi cunhado em 1971, pelo então Diretor do ICOM, Hugues de Varine-Bohan, no contexto da IX Conferência Geral de Museus do ICOM – realizada em Grenoble (França) e dedicada à discussão das funções do museu ao serviço do ser humano.
 O ecomuseu é o modelo contemporâneo de museus, ele segue paradigmas atuais perpassando questões científicas e filosóficas que criam oposições diversas ao modelo tradicionalista. O termo tem seu prefixo “eco” que faz alusão ao entorno natural, a ecologia, e também do entorno social, a ecologia humana.
 Um dos exemplos é o Ecomuseu da Ilha da Pólvoraonde são desenvolvidos diversos trabalhos científicos de graduação e pós-graduação, dentre os quais, se destacam estudos sobre a vegetação, os crustáceos, as aves e os roedores. Além disso, o CEFAM (Centro de Educação e Formação Ambiental Marinha) utiliza a área da Ilha da Pólvora para realizar, periodicamente, atividades práticas de educação ambiental.O prédio da ilha representa parte da história do Exército na região. Na mostra permanente do museu, foram incluídos alguns itens, como antigos canhões, pertencentes ao hoje chamado 6° GAC.



A Ilha da Pólvora é um espaço natural preservado, de grande riqueza de espécies vegetais e animais. Durante muitos anos, esteve desabitada, mas, devido à presença militar, o patrimônio natural manteve-se intacto, permitindo a preservação. Zélia Souza, que estava presente na inauguração, foi a primeira pessoa que nasceu na Ilha da Pólvora e, talvez, a única nativa. Sua família morou na ilha, desde o ano de 1927 até 1934. Seu pai, Gil Sérgio de Souza, era marinheiro do escaler de guerra, subordinado ao comando local do Exército e tinha, como função, cuidar do paiol da ilha. Sendo assim os moradores do município de Rio Grande estão conhecendo a Ilha da Pólvora, de fato, nos últimos 15 anos, e o objetivo do Ecomuseu é criar uma relação de respeito e um senso preservação ambiental com os moradores de Rio Grande.

 



Referências Bibliográficas:
- SOARES, Bruno César Brulon. Entendendo o Ecomuseu: Uma nova forma de pensar a Museologia.Revista Eletrônica Jovem Museologia – Estudos sobre Museus, Museologia e Patrimônio. Ano 01, n°2, agosto de 2006.
- BARBUY, Heloísa. A conformação dos ecomuseus: elementos para compreensão e análise. Anais do Museu Paulista. São Paulo. N. Ser. v.3 p.209.236 jan./dez. 1995. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/anaismp/v3n1/a19v3n1.pdf
- GUARNIERI, WaldisaRússio. Texto III. In: ARANTES, A. A. (Org.). Produzindo o passado: estratégias de construção do patrimônio cultural. São Paulo: Brasiliense, 1984, p. 59-78.
- Museus e Centro da FURG.
- Ilha da Pólvora.
- Link do vídeo:

4 comentários:

  1. Sou indicação da Isabela Caroline 🍮

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  2. Sou indicação da Isabela Caroline 🍮

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  3. Achei o texto muito interessante! Também fui indicado a ler pela Isabela

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  4. Legal o texto! Vim pela Isabela também

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